Divagando
& Katilografando
Em tese, para os de boa
fé, significam um grande avanço para o destinatário final, que é o povo; aquele
que vive nas cidades, que elegeu um prefeito que é do mesmo partido do
governador, que por sua vez tem um ou uma presidente (A) – Ela impõe ser
titulada de presidentA – que é do partido do governador como também do
prefeito.
Melhor alinhamento não
poderia acontecer. Um prefeito, um governador e uma presidenta com o mesmo
objetivo de governar para o bem comum de toda uma sociedade de uma população
que lhes creditaram os seus destinos.
Vitória da Conquista,
historicamente, em suas frentes de batalhas contra os governos ditatoriais,
sempre elegeu governantes com viés de oposição aos
governos estadual e
federal, assumindo um risco calculado.Os governos estaduais imploravam
aproximação, todavia, o orgulho mongoió falava mais alto, e grandes
oposicionistas ocuparam lugar de destaque no cenário político estadual como
também no federal; como via de consequência, grandes investimentos chegaram à
nossa cidade e região. Teriam sido melhores os investimentos se estivéssemos
totalmente alinhados àqueles governos?
Pois muito bem,
desalinhados que sempre estivemos, conquistamos muitas benfeitorias para o
nosso município e região – é de se fazer um inventário dessas conquistas e
benfeitorias. O ciclo do café em Conquista é uma dessas conquistas, e não há
que falar que foi uma conquista da iniciativa privada; houve a necessária
comunhão de interesses privado e estatal – Banco do Brasil e IBC firmaram forte
parceria nessa implantação de polo cafeeiro para Conquista e sua macrorregião.
Mas, nada está perfeito
e acabado em nossa cidade, Vitória da Conquista grita, esbraveja, clama por um
equipamento de extrema necessidade para viabilizar e dar continuidade ao nosso
desenvolvimento – refiro-me “nosso desenvolvimento” porque eu também faço parte
dessa cidade, sou filho dela, moro em Curitiba, mas, o meu cordão umbilical não
foi coratado e jamais deixarei que se rompa.
Sei que nós temos
muitas reivindicações de extrema necessidade que merecem acurada atenção dos
governantes nas três esferas, mas, algumas saltam aos olhos até mesmo daqueles
que mal conhecem a nossa cidade. Nova estação de tratamento e saneamento de
esgoto, nova barragem e de maior capacidade de armazenamento de água para
Conquista e região, um transporte coletivo que realmente traduza respeito, bem
como, ao tamanho e a importância da nossa cidade.
Ao que se percebe, –
inferência minha – muito ou quase tudo que deixa de acontecer em nossa cidade
tem muito a ver com as vaidades pessoais dos envolvidos (governo municipal,
estadual ou de segmentos da sociedade organizada), pois, muitos querem ser os
“pais da criança”, a despeitos das verdadeiras necessidades por que passam os
conquistenses. Os palanques se sucedem, as promessas são renovadas; são
passadas à limpo por outros candidatos (eles fazem dobradinha), cada um com um
único objetivo, qual seja, levar os votos dos incautos, renovando-lhes
esperanças, que tão logo, ao descer do palanque, com tapinhas nas costas,
deposita-as na vala comum do esquecimento.
O povo conquistense tem
memória de elefante. As promessas feitas podem até não serem cobradas, mas,
jamais cairão no esquecimento. Como poderemos esquecer uma promessa tão
renovada a cada visita de um governador, de um secretário ou de um ministro que
garantiu R$ 80 milhões para a construção do nosso NOVO AEROPORTO?
Como um processo
licitatório pode demandar tanto tempo assim? Será que o
Governador crê que o povo conquistense acredita em tamanha pasmaceira? E o
nosso prefeito, – repito, sou cidadão curitibano, mas, ainda sou e sempre
continuarei conquistense, por isso, digo “nosso prefeito” – qual papel tem
desempenhado frente a esta importantíssima reivindicação que é de todos os
conquistenses? O nosso prefeito tem vestido essa camisa, que só os verdadeiros
e combativos conquistenses têm vestido? O “nosso” prefeito já se fez
conquistense? Para governar esta cidade, não basta querer ser um bom prefeito,
tem que ser um verdadeiro conquistense, tem que ser guerreiro, tem que falar e
entender a língua dos mongoiós!
Eu, em tempos que de
pouca ou nenhuma expressão, em rádio local, na BAND FM, com espaço cedido pelo
nosso amigo Dilton Rocha, Mc’ Donald e Carlos Bramont já batalhava por um
aeroporto que traduzisse a nossa importância no cenário nacional. Acreditava
que o Aeroporto Brigadeiro Pedro Otacílio de Figueiredo, com pista de 1.780
metros de extensão era suficientemente perfeita para os pousos e decolagens das
aeronaves da época (737-200 e 300), para isso, bastava tão simplesmente a
concretagem da pista bem como uma pista lateral de taxiamento e uma nova e
confortável estação de passageiros.
Àquela época (1990 a
1992), o sonho dos governantes (em especial prefeito Pedral) buscava área nas
proximidades de José Gonçalves para que ali se construísse o novo aeroporto.
Para dizer a verdade, eu acreditava que aquele não passava de um sonho com viés
megalomaníaco. Acreditava, outrossim, que para se chegar a ter um aeroporto
como aquele almejado, primeiro precisaríamos demonstrar a nossa verdadeira
vocação e capacidade de lotar os voos que para nossa cidade fossem destinados,
depois, aí sim, hoje com o nosso Pedro Otacílio Figueiredo estrangulado pela
sua incapacidade operacional – se assim ficasse tecnicamente demonstrada –
partiríamos para um moderníssimo equipamento; isto é o que eu pensava à época.
O fato é que, Vitória
da Conquista já tem dado e não é de hoje, a demonstração da sua grande vocação
de polo regional e a consequente capacidade de lotar voos; trata-se de um
importante centro de convergência natural de uma vasta região, onde, os olhos e
as atenções dos grandes empreendedores nacionais se voltam, buscam em nossa
Cidade novas oportunidades de grandes negócios.
E os nossos governantes
– refiro-me municipal e estadual – parecem dormir em berço esplêndido ao som do
mar e à luz do céu profundo, parodiando comportamento insculpido pelo poeta
Joaquim Osório Duque Estrada em nosso Hino Nacional, em tempos em que o Brasil
era só uma remota promessa. O Brasil acordou, saiu do ostracismo de estar
deitado em berço esplêndido, acordou e levantou-se, está vencendo uma maratona,
deixando para trás velhos e velhacos concorrentes.
E a nossa Vitória da
Conquista, quando é que seus governantes vão assumir a postura de verdadeiros
vencedores abandonando de vez essa postura decadente e de derrotados nessa
batalha onde até mesmo os fracotes estão levando a melhor sobre nós? Parodiando
o Dilton Rocha; ATÉ QUANDO CONQUISTA?
Francisco Silva Filho
Curitiba – PR