Professores
municipais mantêm greve
Os professores da rede
municipal de São Paulo rejeitaram o aumento de 10,19% aprovado pela Câmara
Municipal nessa terça-feira, 21, e decidiram manter a greve. A categoria
informou que o reajuste já estava previsto em lei desde 2010 e é resultado de
uma negociação com o governo do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD). De acordo
com a Polícia Militar, cerca de 2 mil pessoas participaram da manifestação que
ocupou o Viaduto do Chá, em frente à sede da Prefeitura, e seguiu em direção à
Câmara dos Vereadores.
O Sindicato dos
Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo (Sinpeem) e o
Sindicato dos Professores e Funcionários Municipais de São Paulo (Aprofem)
decidiram pela manutenção da greve, que já dura 20 dias. Segundo o Sinpeem, 50%
das escolas municipais da capital estão total ou parcialmente paralisadas. A
categoria reivindica aumento de 6,5% retroativo a 2011, 4,65% retroativo a 2012
e de 5,37% imediatos para a data-base de 2013. Eles argumentam que a proposta
do governo não repõe as perdas salariais causadas pela inflação.
A Prefeitura confirmou
o pagamento ainda neste mês do aumento de 10,19% e de 13,43% para maio de 2014
(também resultado de negociações com o último governo). Para os professores, a
única proposta do atual prefeito Fernando Haddad (PT) é a de um reajuste de
0,18% para todo o funcionalismo da cidade neste ano.
Ainda segundo a
categoria, Haddad teria afirmado que vai descontar os dias de greve dos
salários dos servidores. "O Governo Haddad não está reconhecendo o direito
à greve dos professores. Eles disseram que vão descontar os cerca de 20 dias de
paralisação", disse Cláudio Fonseca, presidente do Sinpeem. Para Fonseca,
além de inconstitucional, o desconto mostra contrariedade entre os princípios
do partido e a sua atuação no governo.
Em carta destinada aos
professores e entidades sindicais, a Secretaria Municipal de Educação
apresentou, também nesta terça-feira, um conjunto de dez propostas para a
melhoria da qualidade de educação na cidade. Entre as medidas, estão questões
sobre segurança nas escolas, formação profissional e a promessa de rever o
agrupamento de séries diferentes em salas da educação infantil. Com isso, a
pasta disse esperar que "as escolas que não estejam em pleno funcionamento
retornem ao regular atendimento de todas as crianças".
A greve deve continuar,
pelo menos, até a próxima sexta-feira, dia 24, quando a categoria se reúne em
nova assembleia. No sábado, 25, as entidades pretendem realizar uma caminhada
cívica, com a participação da população, em defesa da educação pública, contra
a violência nas escolas e por melhores condições de trabalho.